Viagem para Bali: passeio de bicicleta

postado por Marcelle Ribeiro e atualizado em: 30/08/2023

Durante a nossa viagem para a Indonésia, eu e o maridão queríamos conhecer mais do que os cartões postais de Bali. Tínhamos interesse em saber sobre como viviam os balineses e, por essa razão, decidimos fazer um passeio com a Bali Eco Cycling*, que oferece um tour de bicicleta em alguns pontos menos conhecidos da ilha.

Aí, aqueles com menos disposição logo pensam: “Pedalar? Tô fora!”. Na verdade, o passeio é bem tranquilo e feito quase sempre descendo ladeiras, o que torna a atividade bem agradável.

O passeio começa às 08 horas da manhã, quando os guias passam para te buscar no hotel. Você entra em um carro deles e segue até uma pequena chácara que produz café e frutas típicas da Indonésia. Por lá, é possível provar um pouco dos sabores do país.

Foi lá que conhecemos um tipo específico de café pode custar uma pequena fortuna. É o café Luwak, feito a partir do cocô de uma espécie de furão. Parece meio nojento, mas os especialistas dizem que esse café é menos amargo por causa do processo de fermentação que ocorre dentro do sistema digestivo do animal. Ele come os grãos de café inteiros e esse grão é preservado durante toda a digestão. Os fazendeiros colhem essas fezes e separam o café, que passa por vários processos de lavagem, torra e moeção. Eu não sou fã de café e, por isso, não me atrevi a pagar 50 mil rúpias (ou mais de R$ 11,50) por uma xícara. Fiquei apenas nas amostras grátis de outros cafés e chás de Bali.

Esse é furão que digere o café mais caro do mundo, o Luwak. Foto: Marcelle Ribeiro

Esse é furão que digere o café mais caro do mundo, o Luwak. Foto: Marcelle Ribeiro

Depois do café, fomos para o nosso ponto de encontro: um restaurante chamado Lakeview Restaurant, na cidade de Kintamani, onde você toma café da manhã bem tradicional de Bali, com arroz, macarrão, frango, ovos, pão e panquecas de banana e chocolate. Mas o melhor do lugar é a vista incrível do vulcão Batur e um lago de mesmo nome. Nós chegamos lá por volta das 10h, então foi uma boa ideia tomar café no hotel antes de sair (às 10h eu costumo já estar faminta!! rsrsrsrs).

Vista do vulcão Batur no restaurante, em Kintamani. Foto: Marcelle Ribeiro

Vista do vulcão Batur no restaurante Lakeview, em Kintamani. Foto: Marcelle Ribeiro

Depois de alimentados, hora de pegar o carro até o local onde retiramos as bicicletas, todas novas e com a manutenção em dia. O uso do capacete é obrigatório e todos testam os freios antes de começar o passeio. Como as ruas de Bali não primam pela conservação, todos os guias alertam para que você tome cuidado com os buracos e evite tirar as mãos do guidão, ou seja, sem fotos enquanto pedala.

Todo o tour é realizado no asfalto, com dois guias, um vai na frente e outro atrás do grupo. O objetivo é ter sempre alguém monitorando os turistas para que ninguém se perca. Além disso, em uma emergência, o grupo sempre tem um guia extra para completar o passeio.

Marcelle pronta para pedalar em Bali. Foto: Guilherme Calil

Pronta para pedalar em Bali. Foto: Maridão

A primeira parada foi uma casa de uma família. Confesso que foi um grande choque. Estamos acostumados com a pobreza no Brasil, mas a situação na Indonésia me pareceu ainda pior. Era até um terreno grande, mas as condições eram bem ruins. O banheiro ficava fora das casas e estava imundo e até mesmo as residências estavam sujas e com problemas de conservação. Ficamos lá por cerca de 15 minutos. Não tirar fotos de lá foi uma decisão nossa. Achamos que seria invasivo.

Depois, continuamos descendo e vimos aranhas gigantes. Eu e o Maridão não tivemos coragem de tocar nelas, mas nossos colegas até deixaram os bichos subirem pelo braço!

Conhecer as aranhas gigantes de Bali faz parte do passeio. Foto: Guilherme Calil

Conhecer as aranhas gigantes de Bali faz parte do passeio. Foto: Maridão

Seguimos descendo e paramos em um templo comunitário onde dois velhinhos de 90 anos tomavam conta de uma árvore gigante e também dos altares de pedra. Lá, conhecemos um pouco mais sobre o hinduísmo, a principal religião de Bali.

A Banyan é uma árvore sagrada para os hindus. Foto: Marcelle Ribeiro

A Banyan é uma árvore gigante sagrada para os hindus. Foto: Marcelle Ribeiro

Para terminar, passamos por um arrozal e pudemos ver um pouco mais de perto a produção do cereal preferido da Indonésia. Mas posso dizer que encontramos outras plantações de arroz mais bonitas em outros passeios que fizemos. É que a visitada no passeio de bicicleta é toda plana. As mais belas são em terrenos bem inclinados.

Nosso grupo tinha cerca de 10 turistas. Nosso guia falava um inglês razoável, mas percebi que de maneira geral é complicado entender o inglês dos balineses, por conta do sotaque. Infelizmente uma turista caiu da bicicleta no final do passeio e se machucou levemente. Ela estava tirando fotos , tirou os olhos da pista e perdeu o equilíbrio. Ela foi logo socorrida por um dos guias e levada de carro a um hospital para passar por exames. Ou seja, o pessoal da Bali Eco Cycling lidou bem com a situação.

Leia também: Seguro Viagem Ásia: por que contratar e como escolher?

Depois do passeio, entregamos as bicicletas e entramos em um carro para irmos até o restaurante onde almoçamos. Era um buffet self service com alguns pratos tradicionais da Indonésia como arroz, macarrão, pato defumado, e espetinhos de frango. A comida estava muito gostosa, com vários pratos sem pimenta. Foi lá que o maridão tomou a primeira Bintang da viagem (a cerveja “oficial” da Indonésia). As bebidas não estavam incluídas no preço. Me desculpem, mas não anotei o nome do restaurante.

Restaurante onde almoçamos no passeio de bicicleta. Foto: Marcelle Ribeiro

Restaurante onde almoçamos no passeio de bicicleta. Foto: Marcelle Ribeiro

Depois do almoço, o nosso guia nos levou de volta até o hotel. Por conta do acidente com a turista acabamos chegando no hotel um pouco mais tarde do que o previsto inicialmente. O normal é eles te deixarem em Ubud por volta das 15h. Ou seja, ainda dá para aproveitar um pouco o final da tarde na cidade.

Achei tudo muito bem organizado e recomendo o passeio para quem quer ter uma visão diferente de Bali.

O passeio dura mais ou menos 8 horas e custa 50 dólares por pessoa (655 mil rúpias ou R$ 157).

* O passeio de bicicleta foi uma cortesia oferecida pela Bali Eco Cycling para o Viciada em Viajar, mas esse post é a nossa opinião sobre a atração. Saiba mais sobre a política do blog.

 

Leia também:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *